05/04/2024 - Mercado Imobiliário em 2024
Depois de um longo período de estagnação, cuja causa principal foi a pandemia, finalmente a economia brasileira dá os primeiros sinais de que está se recuperando.
Quem diz isso é a própria Organização das Nações Unidas (ONU), segundo a qual a nossa economia deve crescer acima da média em 2023, na contramão da recessão mundial.
De acordo com a entidade, enquanto a economia global deve retrair em 3%, o Brasil seguirá um movimento oposto, com uma expansão de notáveis 3,3%.
Com o prognóstico se confirmando, as expectativas para o ano que está por chegar só poderiam ser positivas, inclusive no mercado financeiro, onde o clima é de otimismo.
Todo esse cenário deve gerar reflexos no mercado imobiliário em 2024.
Uma prova disso é a expansão da modalidade imobiliária conhecida como multifamily, que em 2024 deve finalmente ganhar mais espaço no mercado brasileiro.
Trata-se de um modelo em que as unidades habitacionais são construídas já com a finalidade de alugar, ou seja, a venda não é a prioridade.
Já existem imóveis nesse perfil em São Paulo e o Rio de Janeiro deve “estrear” nesse tipo de empreendimento em breve.
O mercado imobiliário 2024 reserva ainda muitas outras gratas surpresas, como veremos na sequência, tanto para as classes mais altas quanto as mais populares.
Acompanhe a seguir.
Tudo indica que a simples expectativa de recuperação econômica já está provocando um movimento no mercado de crédito para o financiamento de imóveis.
No Mato Grosso, por exemplo, está ativo um programa do governo estadual que facilita a compra do primeiro imóvel, com subsídios de até R$ 20 mil.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) também já detectou um reaquecimento nesse ano, justamente em razão do maior acesso ao crédito, o que está também entre as perspectivas para o mercado imobiliário em 2024.
Para as famílias de baixa renda, o programa Minha Casa Minha Vida será o grande impulsionador para a compra do primeiro imóvel.
Não poderíamos deixar de destacar iniciativas como as do estado de Pernambuco, que está destinando R$ 800 milhões para ajudar na entrada na compra de imóveis pelo Fundo de Habitação de Interesse Social (Fehis).
São iniciativas que já estavam a todo vapor em 2023 e que, com a expectativa econômica positiva, deverão se consolidar no mercado imobiliário em 2024.
Embora haja um movimento de expansão do crédito imobiliário, o cenário geral em 2023 é de oferta mais baixa.
Para 2024, o mercado imobiliário pode esperar um novo impulso, graças à projeção de aumento no volume de crédito de 8,1% feita pela Febraban.
Cabe destacar que, agora, diferentemente de outros momentos de expansão da oferta de crédito, há uma preocupação por parte do governo com a inadimplência e o endividamento.
Prova disso é o programa Desenrola Brasil, que em novembro abriu as portas para a negociação, permitindo a movimentação de R$ 433 milhões em apenas um dia.
Esse é mais um motivo para o otimismo econômico em 2024, já que agora, diferentemente de épocas passadas, existe um programa de auxílio para evitar o superendividamento.
O avanço do crédito deverá pautar o mercado imobiliário no Brasil, mas com a retaguarda indispensável do programa inovador de renegociação de dívida do governo federal.
Lembrando que, segundo o Serasa, com base na PEIC, o endividamento das famílias brasileiras é um ponto extremamente preocupante, quase na casa dos 80%.
Nada que abale a confiança dos especialistas.
Para o presidente da Associação Brasileira das Entidades do Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), 2024 deverá entrar para a história como um dos melhores anos em relação ao crédito imobiliário.
O avanço das tecnologias digitais também faz parte das tendências para o mercado imobiliário em 2024.
Esse avanço não será apenas no setor de vendas, em que realidade virtual e aumentada já faz a diferença.
As mudanças estão acontecendo tão profundamente e em um ritmo tão acelerado que até o Banco Central decidiu se mexer.
Já está em curso, por exemplo, a criação de uma moeda digital que poderá ser usada para a compra de imóveis.
Chamada de DREX, com ela será possível realizar transações imobiliárias por meio dos chamados “contratos inteligentes”.
A previsão é de que entre em circulação em 2025, mas os efeitos desse anúncio já podem ser sentidos no mercado imobiliário em 2024.
Uma tendência tecnológica que seguirá firme e forte é o uso de plataformas virtuais nas empresas que atuam no ramo imobiliário.
Como aponta uma pesquisa da Conect Brasil, algumas delas já têm seus processos 100% realizados virtualmente, por meio do metaverso.
Vale destacar a implementação da blockchain, que já está sendo usada para registro de contratos e de corretores, reduzindo os custos e facilitando a fiscalização.
Fonte: FIA Business School